quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um olhar de fora, mas profundamente dentro (1)

Estive no Brasil no mês de setembro e vivi a maravilhosa experiência de viver com os meus familiares a amigos, a maioria eu não via há quinze meses. Foi pouco tempo para saborear o meu país e muito tempo para estar longe da vida de estudos, pois tenho que aproveitar o tempo de férias para ir reunindo material para a tese em liturgia.
Onde é a minha pátria? Quando as pessoas me perguntavam se estava ansioso para chegar no Brasil ou se vivo a saudade hoje, eu sempre digo assim: cheguei no Brasil quando o avião aterrizou e sai quando o avião decolou. Voltar a Brasília, depois de meses, era para mim a prova de fogo de meus sentimentos: ali vivi as minhas maiores felicidades e tristezas. Me perguntava como meu coração se moveria ao ver lugares e pessoas que me eram tão afins. Hoje, depois de voltar a Itália, lhes confesso: estou em paz, mas uma paz tão interessante que me possibilita dizer: nada, nem niguém a pode roubar. Estou sempre mais em casa na Itália, sem perder jamais meus laços com meu Brasil: sou brasileiro na Itália.
Na verdade existem duas coisas que eu sinto falta do Brasil: meus amigos (as) e a liturgia. De vez em quando eu fujo para celebrar para a comunidade brasileira de Mantova para matar a saudade e com os amigos eu busco sobreviver com os meios de comunicação, sobretudo internet. Descobrir estes sentimentos em mim era interessante, pois me foram fazendo perceber que fui sendo transformado em um ser humano normal: com sentimentos, amigos, inimigos, saudades, etc.
Quando falo da falta de amigos e da liturgia é porque nós, brasileiros que aqui estamos, vamos percebendo a riqueza da nossa igreja: uma liturgia viva, a participação ativa do laicato, a amizade, a alegria. Tudo isto não se vive na realidade italiana, e não porque é melhor ou pior, mas porque é diferente. Fundamentalmente, mesmo sem perceber isto claramente, o meu escasso apostolado me fez ter poucos e bons amigos leigos.
Esperei passar o fusuê das eleições (quanta poluição sonora e visual) para só depois escrever no meu blog. Na próxima vez quero compartilhar com vocês uma avaliação das eleições, olhadas por mim (profundamente brasileiro) a partir de fora (Itália).
Quero aqui agradecer muito, de coração a todos os meus amados amigos e amigas (incluída a minha família) pelas muitas e efusivas manifestações de amizade, carinho e proximidade nos dias que passei pelo Brasil. Confesso-lhes que faltou tempo para ver todos aqueles que eu queria e para conseguir atender todos os convites. Posso dizer que o resultado das férias foram 5 kg a mais no meu corpo e muitos, muitos quilos de amor e felicidade para meu coração. Deus lhes recompense sempre.
Abraços grandes.

Um comentário:

  1. Caríssimo Frei João, o bom da vida é saber que a mão invisível de Deus nos conduz e conduz todo o nosso viver conforme o Seu Plano para a nossa salvação...Paz e Bem, caríssimo e irmão menor e compartilho contigo de tua felicidade e essa incrível paz que ninguém te roubará, porque ela vem de Deus...Frei Fernando

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