No nosso último encontro eu lhes falava da minha interrogação diante do falimento da instituição seminário: qual poderia ser a mudança substancial? Durante muito tempo, sobretudo tendo a graça de viver um pouco de tudo na minha vida, eu me perguntava para onde se deveria deslocar o eixo, o essencial, da formação seminarística, deixando de lado o eixo intelectual, que é aquele que domina hoje. A primeira conclusão é que este eixo deveria ser a espiritualidade, a bíblia ou a liturgia.
Num segundo momento eu vi que a liturgia é o mais englobante, pois ela contém a espiritualidade e a bíblia, além de que a espiritualidade sem a liturgia se torna algo egoísta e a bíblia sem a liturgia se torna facilmente instrumentalizada.
Chegando na faculdade eu comecei logo nos primeiros dias a buscar um orientador e gostei dos textos de um professor. Conversei com ele, Giorgio Bonaccorso, um monge de Santa Giustina que se interessou muito pelo tema e fez algumas indicações. Me dizia que não é a liturgia em geral que é formativa, mas é o rito. Ele trabalha com pedagogos na Universidade de Pádua e me dizia que hoje existe um consenso entre eles: a falta de rito está fazendo com que a família não consiga mais formar o filho, a escola não forma o aluno e a sociedade não forma o cidadão.
O tema do rito é hoje comum na psicologia, pedagogia, sociologia e antropopologia. Bonaccorso me fazia ver que o problema não é só no seminário, mas é o mesmo na vida consagrada, na catequese, na família e na sociedade.
A minha tese de mestrado buscará colocar a importância da revalorização do rito em prol da formação para a vida consagrada e sobretudo sacerdotal.
Até breve. Um abraço e bênçãos de Deus.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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