Paz e Bem!
Nos últimos tempos eu tenho me colocado com seriedade a pergunta sobre o que é essencial na espiritualidade. Há um tempo atrás, depois do Sínodo sobre a Vida Consagrada, foi publicada a Exortação Apóstolica Vita Consecrata, pelo Papa João Paulo II. Ao longo do texto ela diz que o essencial, o característico da vida consagrada é a confissão da Trindade, o sinal da fraternidade o serviço da caridade. Contudo, devemos reconhecer que isto não é peculiaridade da vida consagrada, mas o ideal da vida de qualquer pessoa.
Quando falo de espiritualidade, não penso que ela seja apenas um elo que me liga a Deus, mas algo que dá sabor a toda a existência. Podemos pensar que um sorvete sem sabor se torna apenas um punhado de gelo, assim é a vida sem espiritualidade: podemos fazer tudo, mas não tem sabor. Torna-se como o sal sem gosto ou a luz que não ilumina. Ou seja, a espiritualidade dá sentido a tudo aquilo que somos e que temos; dá um norte ao nosso pensar e ao nosso querer; dá uma unicidade à nossa mente, coração, psique e corpo.
Sem espiritualidade não é possível construir uma relação com Deus, uma fraternidade ou uma vida apostólica, seria uma ilusão. E aqui está justamente o risco da pessoa que se julga de fé: se afadigar por outros valores, justificando sempre que está trabalhando por Deus. Daí que devemos ter sempre um modo de como acrisolar, purificar, medir a nossa verdadeira opção por Deus.
Acredito que temos dois modos de evitar este perigo: a direção espiritual, que não entendo necessariamente como diálogo com um sacerdote, mas como partilha de vida com alguém de espírito, e que para isto não basta a confissão; contudo tem um meio que acredito ainda mais: a Lectio Divina – leitura orante da Palavra de Deus.
A Palavra de Deus, diferentemente dos sacramentos, é acessível a todos. Os sacramentos sem a Palavra se tornam idolatria, pois não encontram um terreno fértil em nós. A leitura da Palavra dá a oportunidade de se escutar, de falar com o Senhor e, o mais difícil, de escutar o Senhor. Em outras palavras: é oração – fundamento de uma verdadeira espiritualidade.
A vocação de Francisco de Assis, para citar um santo entre muitos, começa justamente com o encontro com a Palavra e é esta palavra que vai dando sentido à vida de Francisco: “É isto que eu quero, isso que procuro, é isso que desejo fazer de todo o coração.”
Entre outros sites sobre lectio divina, eu encontrei este do qual gostei mais: http://antoniosilvio.tripod.com/LECTIO/LDPT.HTM
Um abraço e bênçãos para todos.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
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PAZ E BEM
ResponderExcluirESTE É O MOMENTO DE RECOMEÇAR, POUCO OU NADA FIZEMOS.
QUE O ESPIRTO SANTO TE ILUMINE E LHE FAÇA UM HOMEM NOVO.
UM GRANDE ABRAÇO
MANOEL, NICE E PAULO
OBS:
UM BOM LIVRO PARA LER: A PODEROSA AÇÃO DO ESPIRITO SANTO, DO FREI PADRE RANIERO CANTALAMESA(ELE É CAPUCHINHO). PRINCIPALMENTE PELO ULTIMO CAPITULO.
Frei. ótimo texto sobre espiritualidade. Que Deus continue a lhe acompanhar neste tempo tão rico. Frei Ennis Aráujo
ResponderExcluirFrei amado .
ResponderExcluirO punhado de gêlo no lugar do sorvete bem nos "mostra" a qualidade de espiritualidade que anda por esse mundo. Está quente, morno ou frio como nos brinquedos de antigamente?
A simpicidade de sua "ORATÓRIA" sempre me encantou com tamanha profundidade.
Siga na missão de falar em Franciscanismo.
bjs Socorro Sampaio (OFS)